Vamos aos registros dos números do ano de 2020, o qual foi um ano desafiador, mas também com oportunidades no mercado.
Aportador consciente
sexta-feira, 1 de janeiro de 2021
Evolução patrimonial em 2020
domingo, 13 de dezembro de 2020
No futuro, como será o pouco de liberdade que nos resta?
Muito tempo sem postar. Admiro quem consegue seguir uma rotina de postagens frequente, pois não é fácil ter ânimo para postar semanalmente ou mensalmente.
O tema que me inspirou a escrever esta postagem é o pouco de liberdade que ainda nos resta (ao menos quem não pertence a uma casta de privilegiados e imunes, como políticos, jornalistas e ativistas de esquerda). Nossa suposta liberdade de expressão e de atuação é como se fossemos animais presos dentro de um cercadinho. Corremos de um lado para outro mas não podemos sair do espaço que quem controla nos permite. E o cercadinho está cada vez menor.
Destaco os acontecimentos com o empreendedor dono da Havan, Luciano Hang, e com o humorista Danilo Gentili como símbolos das crescentes restrições à pouca liberdade que ainda existe, ou que imaginamos que exista.
O empreendedor dono da Havan, recentemente, se envolveu em protestos na cidade de Pelotas - RS. A cidade é a única ou uma das únicas que decretou fechamento total do comércio, justamente nesta época de Natal, na qual há maior movimento nas lojas, já que boa parte do pessoal recebe décimo terceiro.
Realmente é difícil identificar racionalidade na opção do gestor. Fatos como a liberação de aglomerações para carreatas e comícios, liberação da movimentação para votação nos dias de eleições (sem medição de temperatura, conforme estava recomendado pelas autoridades) e fechamento total da cidade uma semana depois da reeleição da prefeita ajudam a evidenciar que tudo não passa de palhaçada para amordaçar a população.
Independente de concordar ou não com as medidas decididas pela prefeita do PSDB, o fato é que o dono da Havan organizou protestos na cidade, em frente à Prefeitura. Apesar da aglomeração, a polícia e guarda municipal não coibiram o protesto pacífico. A coerção por meio do "poder estatal" aconteceu quando o dono da Havan se dirigiu ao aeroporto da cidade para ir embora.
Quando chegou ao aeroporto, lá haviam cerca de dez agentes públicos, incluindo representante da secretaria de segurança pública, policiais e guardas municipais. No local, o empreendedor teve que assinar um monte de formulários, sob a justificativa de multas e processos administrativos por desobediência às medidas sanitárias. Talvez muitos dos policiais que ali estavam fizeram a intimidação a contragosto. Recebem ordens e sobra para eles caso não acatem.
Após todo o show de como o estado é "poderoso" e como se faz "respeitar", o empreendedor foi liberado para ir embora. Destaca-se que há filmagens do ocorrido nas redes sociais do Luciano Hang. Nota-se que apesar do grande número de agentes que abordaram o empreendedor e sua equipe, o diálogo foi educado por ambas as partes. Mas o Luciano Hang é bilionário, influente e amigo do presidente. Será que com um cidadão não tão representativo a cordialidade seria a mesma? Ouso dizer que o cacetete seria bastante utilizado contra qualquer cidadão comum que dissesse um "a" para questionar a "violência legítima do estado" ( com e minúsculo mesmo).
Pois bem, não satisfeitos em multar o empresário, os burocratas locais agiram para movimentar o poder público para fechar a loja da Havan da cidade. A loja havia conseguido autorização judicial para funcionar no fim de semana. Demonstrando incrível eficiência, o judiciário foi acionado e emitiu liminar durante a madrugada do dia após os protestos e autorizou que a loja fosse lacrada, bloqueada, fechada. Não bastasse isso, na manhã seguinte, a guarda municipal enviou equipes até o estacionamento da loja Havan da cidade e passou a abordar quem passasse na frente da loja. Foram movimentadas diversas instâncias do poder público para intimidar e atingir o empreendedor, sobrando até para o cidadão comum que passasse frente à loja. Tudo isso para quê? Para fazer respeitar as medidas sanitárias e trazer o bem geral social? Não acredito nessa historinha. É muito mais factível que as ações foram para mostrar quem manda e como as coisas funcionam no país.
A história do Danilo Gentili envolve o caso com a deputada petista Maria do Rosário. Esses partidos de esquerda possuem uma imensa equipe de advogados e utilizam processos administrativos e judiciais para intimidar os adversários. No caso do apresentador, ele recebeu uma censura da câmara dos deputados, a rasgou e a passou no saco, com exibição na tv aberta. O time de advogados da petista moveu processo judicial e o apresentador foi condenado à prisão em primeira instância, estando o processo em análise de recurso na segunda instância. O poder público irá realmente prender o apresentador? É algo muito parecido com o conceito de crimideia do livro 1984. A mensagem que fica é: não pode desrespeitar e mexer com o estado e com sua casta superior, caso contrário é pau e cadeia. Dá pra destacar a incoerência da situação: a deputada é imune para falar o que quiser, defendendo o estuprador Champinha, defendendo o agressor de mulheres amigo do partido (Zé de Abreu) e o que mais quiser. Já o apresentador e qualquer cidadão (desde que não seja da turma do bem) recebe processo, censura e cadeia. É a conhecida situação de não importar o que se diz, mas sim quem diz.
Ainda, tem o caso do inquérito das "Fake News" do STF, que agiu para intimidar supostos infratores, enviando policiais federais arrombarem a casa de quem ousou desrespeitar os excelentíssimos ministros.
Essa é a realidade do nosso país. Uma casta de burocratas poderosos e protegidos, que utilizam a máquina pública paga com o trabalho de todo mundo para se protegerem e para domar quem ousa enfrenta-los. E nós cidadãos, que pagamos impostos taxas e cumprimos centenas de outras burocracias, concordamos com tudo isso?
Quando irá mudar essa realidade? Penso que num futuro muito distante. Muitos não acordaram para essa realidade, já que os "intelectuais", a mídia, os funcionários públicos, e quem quer que seja não debatem sobre esse problema. Muitos ainda gostam e utilizam essa realidade para benefício próprio. Quem ousa debater o assunto é taxado de negacionista, conspirador, "reacionário". O futuro nos dirá se a sociedade irá evoluir. E o aspecto é realmente a evolução gradual e lenta. Revolta e ataques diretos ou uma "revolução" não são acontecimentos factíveis.
terça-feira, 15 de setembro de 2020
Armadilha para turistas
Armadilha para turistas
Estava visitando a cidade de Florianópolis e tive a oportunidade de observar um golpe que me deixou abismado pelo nível de sofisticação do esquema e como devemos estar sempre atentos, ainda mais no Brasil, terra dos espertinhos. O esquema é relativo à venda de cotas imobiliárias. Fiquei tão intrigado com a situação que pesquisei um pouco mais sobre o tema e sobre pessoas que acabaram tendo prejuízo com o golpe.
Pude observar que o esquema é montado nas cidades turísticas brasileiras. Há reclamações de pessoas que visitaram cidades como Caldas Novas - GO, Olímpia - SP, Barretos - SP, Porto Seguro - BA e Penha - SC.
Primeiramente, vejamos o relato de uma pessoa que foi vítima do esquema (fonte: https://www.proteste.org.br/reclame/lista-de-reclamacoes-publicas/reclamacoes-publicas?referenceid=CPTBR00631882-24):
O esquema
Ao chegar no empreendimento hoteleiro, o rapaz mostra rapidamente a estrutura de piscinas, de restaurante, da sauna, das salas de reuniões e do saguão do hotel, após, um funcionário do hotel pergunta nome, CPF, profissão e renda mensal para preenchimento do voucher com o desconto. Daí já não resta dúvida alguma que é uma tentativa para ludibriar desavisados.
Depois, a estratégia do esquema é uma leve enrolação, talvez para criar expectativa na possível vítima ou para fazer com que se sinta mais pressionada pelo tempo perdido. O funcionário do hotel diz que o consultor está atendendo outra pessoa e que em cerca de 15 minutos pode ser liberado para me atender. Como disse que não esperaria, na hora disseram que por sorte o consultor estava livre e viria imediatamente.
Nisso vem um consultor: teatralmente simpático, camisa estilosa, todo divertido e cheio de querer ser engraçadinho. O consultor utiliza diversas técnicas de engenharia social para fazer um diagnóstico da possível vítima. Pergunta sobre gostos pessoais, profissão, origem, desejos e preferências diversas. No meu caso, o diagnóstico do cara foi um perfil família, então ele bateu na tecla da família por diversas vezes ao contar sobre como conheceu a esposa, sobre o filho etc.
O consultor me levou até uma unidade de apartamento do empreendimento hoteleiro e passou a explicar sobre o conceito de multipropriedade, que é a aquisição de cotas de um quarto de hotel para que o adquirente faça o uso. Em um primeiro momento, não explica de modo profundo como funciona o sistema de cotas, mas prioriza mostrar o apartamento. O consultor mostra como é funcional e bem aproveitado o espaço do apartamento, como é bom o acabamento e os materiais escolhidos, como são bons os móveis e os eletrodomésticos, tudo pra agradar a possível vítima.
Nesse vai e vem, já passou uma hora até que o cara terminou de apresentar o apartamento. A partir disso, o consultor apresenta a suposta história da família que criou o empreendimento hoteleiro e a história da Praia Brava, dizendo mil maravilhas sobre o local, como a limpeza da praia, a segurança e tranquilidade, a proibição de novos empreendimentos (que não sei se é verdade ou não), que o Guga e a Adriana Calcanhoto possuem apartamentos no bairro e qualquer outra suposta vantagem da região.
Posto isso, após mais de uma hora, chega o momento de entrar na sala de negociação: pude observar a presença de oito adultos e, pasmem, uma criança com cerca de cinco anos. O circo é todo montado para que a possível vítima acredite que há mais pessoas negociando no local, porém, do relato de vítimas, verifiquei que é uma estratégia usual utilizar os atores para ludibriar os desavisados.
Numa mesa mais afastada do canto, havia dois homens de meia idade vestidos com trajes sociais. Numa mesa mais ao centro, havia uma suposta vendedora e um casal de meia idade. Numa mesa mais próxima, havia outra suposta vendedora e um casal jovem acompanhado da criança. Todas essas pessoas conversavam sem parar, simulando a negociação e dúvidas sobre o sistema, conforme as conversas que consegui captar.
A estratégia do consultor é prender a possível vítima com o discurso bonito das vantagens da aquisição das cotas e bombardear informações, vencendo a pessoa pelo cansaço mental. Como o brasileiro médio é completamente ignorante, é possível que não entenda muita coisa do que o consultor diz.
Após 1h30 de enrolação, finalmente veio a proposta: aquisição de 1/13 de um apartamento de cerca de 32m² do empreendimento hoteleiro, com um rodízio de utilização de 28 dias anuais, divididos em quatro semanas, sob regime de utilização via sorteio, sendo uma semana na altíssima temporada, 1 semana na alta temporada e duas semanas na média temporada (existe isso?).
A incrível proposta era no valor de R$ 132.900,00 à vista, ou com opções parceladas. O consultor mostrou que era muito fácil adquirir uma cota. Era possível pagar um sinal de R$ 7.200,00 parcelado em até 10x, o saldo restante poderia ser financiado em 8 anos. A parcela inicial seria baixinha, com o pequeno detalhe de que o contrato previa correção de IGPM + 0,5%. Segundo o consultor, o IGPM vem sendo negativo nos últimos tempos.
Após sanada minha curiosidade sobre o que era realmente a oferta, dei sinais de que estava satisfeito com a explicação e queria ir embora, pois estava com fome e já tinha passado o horário bom para almoçar. Nisso pude ver mais algumas técnicas elaboradas para ludibriar os desinformados. O Consultor se levantou para conversar com o "gerente". Após voltar, a vendedora da mesa central se levantou e, em voz alta, anunciou que o casal de meia idade era o mais novo proprietário de uma cota de apartamento, pediu palmas para os felizardos e abriu um espumante.
Nisso, o consultor gritou em voz alta e de maneira teatral: "Esse ama a esposa".
Feito isso, disse mais algumas vantagens e maravilhas do empreendimento e reiterou como era fácil pagar a cota e como seria benéfica a aquisição. Detalhe, não haveria a oportunidade de estudar e calcular detalhadamente a aquisição. Era uma oferta somente para o momento, sob a justificativa de ser "injusto" para com os demais eu adquirir posteriormente tão benévola oferta.
Como caguei para os novos argumentos, foi a vez da mesa do casal jovem se manifestar: a vendedora se levantou e em voz alta parabenizou os novos proprietários de uma cota de apartamento. Mais uma vez, o consultor que me atendi gritou em tom teatral: "esse ama a esposa".
Já cansado de tanta maracutaia e até assustado com a situação, fiquei mais uns 10 minutos ouvindo o consultor insistente e consegui me desvencilhar. No fim, o cara percebeu que eu não iria cair. Levantei e fui embora.
A lição de tudo isso é que eu devo ter cara de bobo para tanta insistência por parte dessa turma toda, além de que perdi quase 2h do meu passeio. Porém, é bom para ficar esperto. Tem malandro em todo o canto e tem gente que cai nessa. Para quem tem a mente fraca, perde pelo cansaço e sai no prejuízo. As técnicas de persuasão são sofisticadas e tentam atacar o emocional da pessoa, seja pela pressão, fome, estresse, constrangimento.
Aparentemente, o sistema de cotas imobiliárias não é ilegal, embora seja claramente desvantajoso para as pessoas que adquirem, a maioria classe média baixa. É um meio pelo qual esses empreendimentos imobiliários e hoteleiros utilizam para levantar fundos. Como as vítimas que adquirem são na maioria pessoas leigas, quem ganha é sempre quem vende esse negócio. Fiquem espertos quando foram visitar as cidades turísticas brasileiras por aí. Não existe almoço grátis (no fim até ganhei o voucher prometido, mas joguei fora, claro).
domingo, 2 de agosto de 2020
Democracia
Democracia: conceito deturpado?
Prefácio
"Pode parecer pouco razoável ou mesmo uma loucura criticar a democracia tão fortemente como fazemos neste livro. Após a queda do comunismo, a democracia foi considerada a alternativa certa. Os oprimidos deste mundo estão ansiosos por mais liberdade e democracia, logo, como alguém pode ter a ousadia de falar mal dela? Apesar de criticarmos firmemente a democracia, há poucas razões para você se sentir ofendido ou alarmado.
Não é nossa intenção privar as pessoas da democracia, as pessoas devem ser livres para viver sob o sistema político que quiserem. Também não afirmamos que a democracia é melhor ou pior do que a ditadura ou que os problemas que descrevemos no livro são consequências exclusivas do sistema democrático. No entanto, nós descrevemos os problemas inerentes à democracia parlamentar e explicamos porque é que os princípios e as dinâmicas deste sistema político altamente elogiado não levam aos resultados desejados.
Hoje em dia podemos olhar para as crises que surgiram em muitos países democráticos, nomeadamente nos Estados Unidos, na Grécia e na Espanha. Estes problemas não são atribuídos ao próprio sistema democrático, mas sim ao mercado livre, à ausência de democracia, aos banqueiros gananciosos ou aos políticos traiçoeiros.
Tal como a maioria das pessoas, eu também tinha fé na democracia parlamentar. Isso foi há quinze anos. Na verdade, eu sabia muito pouco sobre a democracia, mas mesmo assim tinha fortes crenças nela. Como a maioria de nós, foi-me dito - por intermédio do sistema de ensino, dos meios de comunicação e dos nossos políticos – que a democracia era algo que deve ser valorizado e cultivado e que não havia alternativa razoável. No entanto, depois de estudá-la e contemplá-la, eu cheguei a uma conclusão muito diferente.
Muitas pessoas ainda acreditam que democracia é o mesmo que liberdade. E muitos indivíduos amantes da liberdade ainda acreditam que o caminho adequado para mais liberdade é através do processo democrático. Muitos críticos da democracia estão convencidos de que ela precisa de conserto, mas não encontram nenhum problema nos seus próprios princípios fundamentais.
O nosso livro refuta essas noções. A democracia é o oposto da liberdade – quase inerente ao processo democrático é que ele tende para menos liberdade, em vez de para mais – e a democracia não tem conserto. A democracia é um sistema coletivista que está intrinsecamente quebrado, tal como o socialismo. Estas idéias contraditórias são bastante originais, mesmo na escala mundial.
Hans-Hermann Hoppe escreveu um livro acadêmico, o qual entitulou de Democracia: O Deus Que Falhou e alguns artigos sobre o assunto mas, tanto quanto sabemos, não existia um livro que fosse conciso, estruturado e fácil de ler, que mostrasse as fraquezas inerentes e a dinâmica da democracia, a partir de uma perspectiva libertária e de paixão pela liberdade.
O nosso livro é para o indivíduo mediano. Ele não poderia ter vindo em melhor hora, já que muitas democracias debatem-se com problemas sociais e econômicos e as pessoas estão procurando explicações e soluções. Possivelmente, você está decepcionado com os seus políticos e tem esperança que outros melhores virão.
Este livro explica porque é que você não deve culpá-los, mas sim o próprio sistema democrático. Em vez de levar os seus políticos a sério, é melhor zombar deles. Isso prejudicará a sua legitimidade e o seu poder. Veja você, o sistema democrático gera, automaticamente, políticos que prometem mais do que podem cumprir porque os políticos que prometem mais são os que serão eleitos. Então, porquê culpá-los? E, já que os políticos democráticos sabem que só vão estar no poder apenas temporariamente, eles vão gastar demais, cobrar impostos demais e endividar demais, sabendo que serão os seus sucessores (ou melhor, as gerações futuras) que terão que pagar a conta. E, além disso, eles gastam dinheiro que não lhes pertence. Então, porquê esperar o contrário? Você se comportaria melhor se fosse membro do Congresso? Eu duvido.
Há dez anos, eu estava decepcionado com a política e me sentia frustrado com isso. Eu pensei que seria preciso me tornar politicamente ativo para mudar as coisas para melhor. Agora percebo que o melhor que posso fazer é expor as falhas no sistema democrático, tirar sarro dos políticos e não esperar nada de bom deles. O famoso escritor George Orwell disse uma vez, “Toda piada é uma pequena revolução”.
O humor é considerado, em parte, responsável pela queda do comunismo soviético. Ele expõe os absurdos políticos e rebaixa o status dos políticos. Então, dê umas boas risadas dos políticos; isto é muito melhor para a sua saúde do que ficar frustrado. Eles são os reis que estão nus: as suas promessas são falsas e suas soluções não funcionam. As soluções que os seus políticos democráticos constantemente sugerem consistem em dar-lhes mais dinheiro e poder, não importa quantas vezes eles já falharam no passado. As percepções que eu ganhei por escrever sobre a democracia, tem me dado mais paz de espírito. A política e os políticos não me frustram mais. Eu partilho essas idéias neste livro, na esperança de que elas possam ter o mesmo efeito em você."
Frank Karsten
Link para download do e-book: https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=145
domingo, 17 de maio de 2020
Aquisição consciente de carro
Necessidade de comprar um carro
Antes de tudo, a análise da necessidade da compra de um carro deve levar em consideração o nível de renda da pessoa, as condições da cidade ou do local onde reside e o uso que será demandado desse carro.
A realidade de um jovem solteiro que precisa se deslocar ao trabalho ou faculdade é diferente da de um pai de família que precisa deixar crianças na escola e esposa no trabalho. A realidade de uma cidade do interior é diferente de uma cidade grande, que, além do transporte público, tem grande oferta de viagens por aplicativos, porém tem também o fator trânsito nos horários de pico.
Morar perto ou longe do trabalho, da escola, do mercado, da farmácia, do hospital, da academia, além das condições de saúde da pessoa ou da família também são fatores abordáveis para avaliar a necessidade de compra de um carro.
Cidades maiores dispõem de aplicativos de viagem (Uber, 99, Cabify etc) e há também a opção de alugar um veículo. Porém, a opção por aplicativo, aluguel ou carro próprio vai depender muito do contexto de vida de cada um, dos gostos pessoais e de quanto a pessoa pode disponibilizar para os custos com transporte.
Aplicativos geram a dependência da atuação de terceiros, assim, podem ocorrer atrasos ou transtornos que não seriam causados caso se utilizasse um carro próprio. Aluguel de veículos eu desconheço se é vantajoso financeiramente.
Há também as pessoas que gostam de carros, os entusiastas, que trabalham e gostam de se proporcionar um pequeno luxo por meio de seus veículos.
Também coloco o fator experiência ao volante. Na minha opinião, homem tem que saber dirigir e dirigir bem. O cara que não dirige acaba por perder as habilidades, e fica feio ver marmanjo que não sabe fazer baliza ou que deixa o carro morrer em qualquer subida.
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Cabaço no volante |
O tempo de utilização do carro adquirido também deve ser estimado. Uma utilização por pelo menos 4 ou 5 anos é um parâmetro razoável, pois muitas marcas oferecem um período de garantia de até 5 anos, e são diminuídos os custos com depreciação, que é mais acelerada no início da vida útil do veículo. Quem troca de carro a cada 2 anos acaba sofrendo muito mais com desvalorização.
Entretanto, considerando que um carro é um passivo, a compra consciente do veículo deve levar em conta os gastos necessários para a aquisição e para a manutenção em contraposição aos benefícios proporcionados.
Comprar Carro 0 Km ou carro usado?
No caso da compra do carro 0 km, o pagamento à vista nem sempre é o mais vantajoso. Os vendedores ou concessionárias não têm vantagem em vender um carro à vista e nem sempre darão algum desconto, pois eles preferem vender financiamentos.
Apesar de uma dívida não ser o ideal, podem existir condições interessantes: já vi opção de venda de carro 0 km com uma entrada expressiva (60% ou algo aproximado) e parcelamento do restante em 12x a 48x, com juros de aproximadamente 0,6% ao mês.
No caso dos carros usados, há alguns riscos envolvidos: carros batidos ou de leilão maquiados sendo vendidos pelo valor de um carro impecável; carros com problemas mecânicos crônicos; carros com manutenção ruim dos antigos proprietários; restos de rico com manutenção e peças caras.
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Melhor andar a pé do que comprar uma carroça cheia de problemas |
A escolha por um carro usado demanda maior conhecimento e experiência para que seja efetuada uma boa aquisição. O ideal é que o comprador entenda alguma coisa sobre mecânica ou sobre o veículo que pretende adquirir ou que tenha um bom e confiável mecânico, pois a manutenção pode pesar no bolso.
A compra na garagem tende a ter uma negociação difícil, pois os donos da garagem dificilmente irão vender um carro bom pelo preço muito abaixo da FIPE, a margem de negociação é menor. A compra de particulares pode ser mais interessante, pois é possível identificar o uso e a manutenção do veículo e é possível obter melhor margem de negociação, ressalvados riscos de golpes financeiros ou até de assaltos.
Conhecimento sobre o mercado para filtrar os modelos
Penso que, caso se prefira comprar um carro novo, a escolha por um Hatch compacto popular é a mais adequada, pois são mais baratos, têm peças mais baratas, consumo mais barato, seguro mais barato e são mais fáceis de revender. Comprar o SUV da moda ou o Hatch/Sedã médio, caso não seja um entusiasta de algum modelo específico, servirá só para impressionar o vizinho/parente ou para inflar o ego, e custará bem mais caro.
Penso que é importante escolher um carro que seja fácil de manter e fácil de vender depois. Isso envolve até a escolha da versão e da cor do veículo. Escolher a versão mais barata pode dificultar um bom preço de revenda posteriormente, assim, talvez seja melhor pegar uma versão intermediária, melhor equipada, porém sem exageros e sem opcionais desnecessários.
Vindo com um kit dignidade e retrovisores pintados já está de bom tamanho. Nada de escolher cor amarela, laranja ou verde. Um carro discreto de cor branca, cinza ou prata vai ser fácil de revender. É bom evitar o preto e o vermelho, pois são difíceis de manter e deixam riscos, manchas e sujeiras mais aparentes, além do preto esquentar muito.
Escolher uma marca bem conceituada e consolidada no mercado também é a melhor escolha. Carros franceses/chineses têm histórico de desvalorização alta, carros japoneses tendem a desvalorizar menos, porém custam mais caro. Dentro da realidade do mercado, o jeito é não fugir muito do tradicional: Chevrolet, VW, Hyundai. Fiat e Ford não gosto muito e considero que têm produtos inferiores aos concorrentes, sem que o preço seja inferior, mas é impressão pessoal.
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Estamos no Brasil. Não tem muito pra onde fugir. |
Quanto aos carros usados, o leque de opções é muito maior, mas é bom ter cuidados na hora da compra. A quilometragem é um parâmetro importante. Perto dos 60 mil km é necessária uma manutenção maior e mais cara, então no preço de compra deve ser considerado o valor dessa manutenção para abater da FIPE.
Carros com quilometragem muito alta, acima dos 100 mil km, podem ser perigosos, pois com esse nível de utilização podem apresentar diversas peças desgastadas e comprometidas.
Numa perspectiva ideal de compra de carro usado, é interessante encontrar algo em torno de 40 mil km, máximo de 4 anos de uso e que seja de único dono ou no máximo de segundo dono.
A escolha por um câmbio manual ou automático também deve ser levada em consideração. É importante pesquisar sobre alguns modelos específicos para detectar possíveis problemas: Focus com câmbio automático powershift tem péssima reputação, Ford Fusion automático também já vi parado na oficina com câmbio travado, Fiat com câmbio duallogic também é mal falado, já vi câmbio automático de Golf quebrar e dar perda total da peça, enfim, é importante estudar sobre os modelos e versões antes de fechar negócio. Câmbio automático em carro usado envolve riscos maiores, já que se quebrar, o custo para consertar é quase igual ao valor do carro e pode não ficar bom.
Carro usado que seja difícil de revender é um problema também. Penso que é importante considerar o fator de revenda, pois a aquisição racional de um carro o vê como um objeto para satisfazer a necessidade de transporte, não como um item de satisfação pessoal, como a visão do entusiasta. Carros franceses e chineses tendem a ser mais difíceis de revender. Pessoalmente, não gosto dessas marcas, já que, apesar de os carros serem bonitos e com bom acabamento, demonstram uma certa fragilidade e custam caro para arrumar, o que explica a dificuldade de revenda.
Os chamados restos de rico, talvez não sejam a melhor opção para aquisição. Apesar de muito atraentes, pois são carros de luxo pelo preço de um populixo de plástico novo, podem dar muita dor de cabeça se a pessoa não for capaz de arrumar boa parte dos problemas possíveis do carro sozinha. As peças são mais caras e mais difíceis de encontrar. Restos de rico são uma opção para entusiastas, não para o trabalhador que usará um carro para o dia a dia.
Conclusão
Se não tenho dinheiro suficiente para pagar um bom carro à vista e preciso de um carro, interessante consultar as opções das concessionárias para negociar um carro novo, lembrando que o ideal é não fazer dívida para comprar um passivo, então é melhor juntar mais dinheiro ou rever a real necessidade da compra.
Tenho dinheiro para comprar um populixo à vista e quero um carro novo: eu prefiro ir de marcas mais consolidadas e com veículos com boa aceitação no mercado: Hyundai HB20 ou Chevrolet Onix. Fiat Argo é um pouco mais caro e considero os concorrentes melhores, Ford Ká também não me agrada e Ford tem manutenção mais cara, Toyota Etios tem o preço muito alto, Nissan March não sei se a marca oferece bom suporte, Renault, Peugeot e Citroen têm alta desvalorização, Fiat Mobi e Renault Kwid não cogito, pois são muito básicos (mais básicos do que os populixos).
Tenho dinheiro para comprar um carro usado à vista: penso que seja interessante procurar anúncios de particulares, com cuidado para não cair em golpes, já que há opções de carros muito bons com preços interessantes: além dos populares HB20 e Onix, dá para encontrar Honda Civic, Toyota Corolla, Chevrolet Cobalt e Prisma, talvez até o Jeep Renegade, o ano e versão dependem do bolso do comprador.
domingo, 10 de maio de 2020
A cultura brasileira de amor ao Estado
Tem que regulamentar isso aí, tá ok?
A Constituição Federal como garantidora do Estado Social
A diferença entre o texto constitucional e a realidade
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Direito à educação. É assegurado nessa situação? |
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Direito à alimentação, garantido a todos? |
Os agentes do Estado e seus interesses
Como dito, os legisladores, funcionários públicos e toda a gama de agentes a serviço do Estado, são pessoas que podem falhar ao planejar determinadas ações ou podem estar a serviço de interesses egoístas ou benéficos a apenas uma parcela de pessoas específicas, em detrimento de todo o resto da sociedade.
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A ideia genial de um representante do Estado |
O canto da sereia dos defensores dos oprimidos
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A velha e eterna luta por direitos, de alguns |