domingo, 20 de junho de 2021

O socialismo

A lógica oculta por trás do socialismo

        Estou lendo a obra A Nascente, da Ayn Rand, publicada em 1943, e algumas passagens permitem uma abstração sobre qual é a lógica por trás do pensamento socialista, ou coletivista. Apesar da época em que foi escrita, a obra parece muito atual. É atemporal.

        Na passagem que achei mais interessante, há uma extensa explicação do modo de agir do personagem Ellsworth Toohey, uma espécie de vilão intelectual socialista, colunista de jornais, crítico de arquitetura, crítico social, filósofo, articulador político e participante de diversas comissões, associações e grupos envolvidos nas mais diversas áreas, como teatro, literatura, arquitetura e sindicatos.

        Na passagem, o próprio personagem Ellsworth Toohey cita:

        "É só questão de descobrir a alavanca. Se você aprende como controlar a alma de um único homem, a humanidade inteira fica à disposição. É a alma, Peter, a alma. Não chicotes, ou espadas, ou fogo, ou armas. É por isso que os Césares, Átilas, os Napoleões eram uns tolos, e não conseguiram se manter no poder. Nós conseguimos. A arma, Peter, é aquilo que não pode ser controlado. Ela deve ser quebrada. Quebrar e abrir, fincar os dedos, e pronto, o homem é seu. Não será preciso um chicote. Ele mesmo trará o chicote, e pedirá para ser chicoteado."

        "Há muitos caminhos. Eis um deles. Faça com que ele se sinta pequeno. Faça com que ele se sinta culpado. Mate as aspirações e a integridade dele. Isso é difícil. Mesmo os piores de vocês tateiam em busca de um ideal, à sua própria e tortuosa maneira. Mate a integridade pela corrupção interior. Use-a contra si mesma. Direcione-a para um alvo que destrua toda a integridade. Pregue o fim do ego. Diga a eles que é preciso viver para os outros. Diga a eles que o altruísmo é o ideal. Nenhum deles jamais realizou o altruísmo, e ninguém jamais conseguirá. Todos os instintos vitais se revoltam contra essa ideia."

        "Mas não entende o que se consegue com isso? o homem percebe que é incapaz daquilo que aceitou como a mais nobre das virtudes. E isso lhe dá o sentimento de culpa, de pecado, da própria falta essencial de valor. Já que o ideal supremo é inalcançável, ele cedo ou tarde abrirá mão de todos os ideais, todas as aspirações, toda noção de seu próprio valor pessoal. Sente-se obrigado a pregar o que é impossibilitado de praticar. Mas não é possível ser bom pela metade, ou parcialmente honesto. Preservar a própria integridade é uma batalha duríssima."

        "Por que preservar aquilo que já se sabe ser corrompido? A alma dele abre mão do respeito próprio. Ele está na sua mão, ele obedecerá. Ficará contente em obedecer, porque não pode confiar em si mesmo, ele se sente em dúvida, se sente sujo."

        "Essa é uma maneira. Eis outra. Mate a noção de valores do homem. Mate a capacidade que ele tem de reconhecer a grandeza, de alcançá-la. Os grandes homens não podem ser comandados. Não queremos grandes homens. Não negue a ideia de grandeza. Destrua-a desde o centro. O grandioso é o raro, o difícil, o excepcional. Crie padrões de êxito acessíveis a todos, aos mais inferiores, aos mais ineptos - e você paralisa o ímpeto em todos os homens, grandes ou pequenos, detém todos os incentivos à melhoria, à excelência, à perfeição."

        "Ria de Roark (personagem que exemplifica um grande arquiteto) e tenha Peter  Keating (personagem tipificado como arquiteto medíocre) por um grande arquiteto. Foi destruída a arquitetura. Promova Luis Cook (personagem escritora da patota dos socialistas), e foi destruída a literatura. Aplauda Ike (personagem dramaturgo do time socialista), e foi destruído o teatro. Eleve Lancelot Clokey (jornalista da turminha) à glória, e assim se destrói a imprensa. Não procure derrubar todos os altares. Isso assusta os homens. Coloque a mediocridade nos altares, e os altares assim serão derrubados."

        "E há um outro caminho. Matar pelo riso. O riso é um instrumento da alegria humana. Aprenda a usá-lo como uma arma de destruição. Transforme-o em escárnio. É simples. Ensine-os a rir de tudo. Diga-lhes que o senso de humor é uma virtude ilimitada. Não deixe que nada continue a ser sagrado na alma de um homem, e a própria alma deixará de ser sagrada para ele mesmo. Mate a reverência, e com isso o que há de heroico no homem. Não se é reverente com uma risadinha. Ele obedecerá e não imporá limites à própria obediência, vale tudo, nada é sério demais."

        "Eis mais um caminho. Esse é muito importante. Não permita que os homens sejam felizes. A felicidade é independente e autônoma. Os homens felizes não têm tempo nem interesse por você. Homens felizes são homens livres. Mate, então, a alegria que eles têm de viver. Arranque deles tudo o que for querido ou importante. Nunca deixe conseguirem o que querem. Faça-os sentir que o simples fato de ter desejo pessoal é maligno. Leve-os a um estado em que dizer "eu quero" não é mais um direito natural, mas uma confissão vergonhosa. O altruísmo ajuda muito nisso Os homens felizes vêm procurá-lo. Vão precisar de você. Virão querendo ser consolados, buscando apoio, buscando uma fuga. A natureza proíbe o vácuo. Esvazie a alma do homem, e o espaço ficará livre para que você o preencha."

        "Há sempre um propósito na irracionalidade. Não se dê ao trabalho de examinar uma tolice. Pergunte apenas o efeito dela. É preciso dizer às pessoas que elas alcançarão uma espécie superior de felicidade se abrirem mão de tudo o que as torna felizes. Não é preciso ser muito exato nisso. Use palavras vagas e intimidadoras. "Harmonia Universal", "Espírito Eterno", "Propósito Divino", "Nirvana", "Paraíso", "Supremacia Racial", "Ditadura do Proletariado". Corrupção interior, Peter. Esse é o mais antigo de todos. A farsa vem sendo encenada a séculos, e os homens ainda caem nela."

        "Os homens têm uma arma que podem usar contra você. A razão. Então é preciso de tudo para tirá-la da mão deles. Derrube os apoios que a sustentam. Mas seja cuidadoso. Não negue logo de cara. Jamais negue alguma coisa logo de cara, isso é entregar o jogo. Não diga que a razão é maligna, embora alguns tenham chegado a esse ponto, e com sucesso assombroso. Diga apenas que a razão é limitada. Que existe algo acima dela. O quê? não é preciso ser claro demais nisso também. O campo é inesgotável. "Instinto", "Sentimento", "Revelação", "Intuição Divina", "Materialismo Dialético". Se te pegarem em algum ponto crucial e disserem que a sua doutrina não faz sentido, você está pronto. Diz a ele que há algo acima do sentido. Que ele deve buscar não pensar, e sim sentir. Que deve acreditar. Suspenda a razão, e você passa a jogar como um coringa. Vale tudo, de qualquer maneira que você quiser, sempre que precisar. Ele está na sua mão. É possível reinar sobre um homem que pensa? não queremos homens que pensam."

        "O mundo que eu quero. Um mundo de obediência e unidade, um mundo onde os pensamentos de cada homem não serão os seus próprios, mas uma tentativa de adivinhar o que pensa o cérebro do próximo, que não terá um pensamento próprio, mas apenas uma tentativa de adivinhar o pensamento do outro próximo, que também não terá pensamento...e assim por diante. Um mundo em que ninguém terá um desejo para si mesmo, e sim direcionará todos os próprios esforços a satisfazer os desejos do seu próximo, que não terá desejos...Por todo o mundo. Um mundo em que o homem não trabalhará por um incentivo tão ingênuo quanto o dinheiro, mas por aquele monstro sem cabeça, o prestígio. A aprovação dos seus pares, a boa opinião deles, a opinião de homens que não terão direito a opinião nenhuma. Um polvo que é todo tentáculos, sem cérebro."

        "Julgar, Peter! nada de julgar. Só pesquisas de opinião. Uma média retirada da soma de zeros, já que nenhuma individualidade será permitida. Um mundo que teve o motor desligado e com um único coração, bombeado manualmente pela minha mão e pelas mãos de uns poucos, bem poucos homens como eu. Os que sabem como funciona - você, a grande e maravilhosa média."

        "Não tenho um propósito particular. Quero o poder. Quero o meu mundo do futuro. Que todos vivam por todos. Que todos sacrifiquem e que ninguém ganhe com isso. Que todos sofram, e que ninguém desfrute. Que o progresso pare. Que tudo entre em estagnação. Na estagnação há a igualdade. Todos subjugados à vontade de todos. Escravidão universal, sem nem mesmo a dignidade de ter um amo. Escravos da escravidão. Um grande círculo, e uma igualdade total. O mundo do futuro."

        "Tudo o que eu disse está contido em uma única palavra: Coletivismo. E não é esse o Deus do nosso século? Agir em conjunto. Pensar, em conjunto. Sentir, em conjunto. Unir, concordar, obedecer. Obedecer, servir, sacrificar. Dividir e conquistar, primeiro. Mas depois, unir e comandar. Ensinamos os homens a se unir. Isso cria um único pescoço, pronto para uma única coleira. Encontramos a palavra mágica: coletivismo."

        "Veja a Europa, seu tolo. Um país está dedicado à proposição de que o homem não tem direitos, de que o coletivo é tudo. O indivíduo é considerado mau, a massa, um Deus. Não se permitem motivações ou virtudes, exceto as de serviço ao proletariado. Essa é uma versão. Eis outra. um país dedicado à proposição de que o homem não tem direitos, de que o Estado é tudo. o indivíduo é maligno, e a raça é Deus. Não se permitem motivações ou virtudes, exceto às de serviço à raça. (...) Dê uma escolha aos tolos, deixe que se divirtam, mas não se esqueça do único objetivo que deve alcançar. Mate o indivíduo. Assassine a alma do homem. O resto decorrerá disso automaticamente."


        E aí? curtiram? será que a estratégia dos socialistas deu certo? como está nosso Brasil? nosso mundo? a música, teatro, imprensa, literatura, arquitetura têm grandes nomes ou um bando de medíocres promovidos por uma patota de posição político e filosófica específica? os juízes, políticos, cientistas sociais, emitem que tipo de opinião? Valorizam o indivíduo ou o coletivo? olhando para nós mesmos, trabalhamos para suprir nossa própria felicidade, nossos valores, ou para impressionar o vizinho? Será que eu sei pensar? 



domingo, 2 de maio de 2021

Compra de imóvel

Sou um pai de família jovem sem moradia própria, na busca por um teto.

Vi que há a discussão sobre a racionalidade de comprar versus alugar. Até cheguei a fazer essas contas e tive como resultado uma desvantagem financeira ao comprar um imóvel, nas condições atuais dentro da minha realidade e dos meus desejos. Mas ainda assim mantenho o desejo de comprar uma casa e assumo um eventual prejuízo financeiro no longo prazo. A questão de conforto, bem estar, tranquilidade de ter um imóvel próprio, é um custo que eu assumo com um belo sorriso no rosto.

Tenho vontade de ter uma casa ou sobrado de rua, algo que tenha espaço, um jardim pra pisar na grama, plantar umas flores, cultivar uma pequena horta, e uma área de churrasco pra poder assar uma carne e chamar alguns familiares.

Apartamento ou sobrado de condomínio eu estou fora. Tenho péssima experiência com condomínio, com moradores transtornados sem nada para fazer que ficam denunciando uns aos outros para síndicos igualmente problemáticos que notificam e multam por qualquer motivo idiota escrito num papel chamado "regimento interno". Já vi alguma opinião sobre a estratégia de controle social por meio dos condomínios: é só colocar uma equipe de síndicos alinhada com o regime ou colocar um monte de lei para os síndicos seguirem que fica fácil controlar os demais moradores. Até tenho que procurar mais material sobre o tema, pode fazer algum sentido.

Muitos podem citar a segurança e facilidades do condomínio. Não troco maior segurança pela infelicidade de conviver com vizinhos insuportáveis. Prefiro transformar minha casa de rua em um presídio, com muros altos, arame farpado, cadeados, cerca elétrica e câmeras. Imagina você pagar uma fortuna ou até financiar um apartamento e ter que conviver com vizinho barulhento, mal educado ou outros defeitos piores, ter que encontrar a pessoa no elevador, nas áreas comuns, na portaria etc. Numa casa de rua, normalmente a influência de vizinhos chatos na sua vida é menor. 

Quanto às facilidades, dificilmente uso as coisas do condomínio. Tem que pagar condomínio todo mês, e geralmente não é barato. Se quer usar a área de churrasco, tem que reservar. Isso se não tiver dezenas de moradores na frente para fins de semana e feriados. Piscinas e academia ficou tudo fechado com a pandemia e tem que ficar pedindo autorização e encheção de saco de síndico. Prefiro pagar por um serviço pelo qual eu possa escolher fora do condomínio.

Localização pode ser um ponto a favor de condomínios de apartamentos bem localizados. Mas, se for pra ter maior qualidade de vida em área mais distante do centro, prefiro a casa da periferia. Porém, esse é um ponto que tem que prestar atenção em alguns detalhes. É bom evitar locais que fiquem próximos a bairros pobres ou muito violentos, pois penso que o risco de furto ou assalto aumenta, bem como vizinhos indesejáveis com som alto, brigas, que depositam sujeira etc. Também varia de região para região. Moro em Curitiba, que tem regiões longe do centro que são boas (mais para a região norte da cidade). No caso de outras capitais, talvez as áreas periféricas não sejam tão boas ou o transtorno para se deslocar para o trabalho numa região central seja realmente um problema.

Na hora da compra do imóvel, além de escolher bem a localização, para não depender tanto do carro no dia a dia, exceto deslocamentos para o trabalho (pode ser contornado com home office), tem que se esperto para não cair em furada. Até vi uma casa com potencial legal para eu comprar, porém antiga, totalmente fora dos padrões da prefeitura, documentação toda zuada, IPTU atrasado sabe lá desde quando.

Sinceramente, não sei se aconselho confiar muito em corretor. O corretor que me atendeu para ver essa casa tentou me fazer de otário e me tirar dinheiro de todo jeito. Tentou me empurrar uma bomba, uma casa velha. Levei profissional técnico para ver as instalações hidráulicas, elétrica, telhado e pude ver que a casa era uma porcaria que precisaria de uma reforma enorme para ficar habitável e, quiçá depois, para cumprir as burocracias da prefeitura. Fora a documentação toda atrasada e falta de averbação. Um corretor sério teria conferido tudo e nem ofereceria a casa. Também tentou me tirar dinheiro indicando "despachante" para agilizar a documentação para financiamento e registro do imóvel. Segundo ele, o serviço custaria mil reais e o despachante saberia de atalhos para facilitar a compra. No fim, descobri que tudo sai pela internet e o procedimento mais custoso é ir ao cartório pedir a matrícula do imóvel.

Enfim, a compra do imóvel próprio é uma decisão séria e precisa ser bem avaliada. Não caiam no papo de vendedor que alguém possa te passar. Avalie bem os documentos, contrate alguém que entenda de construção para ajudar na avaliação, e reflita sobre o uso que fará do imóvel. No meu caso, não me adapto a condomínios, muito menos a apertamentos, então meu negócio é casa de rua com edícula de churrasqueira e quintal.

Não sai barato imóvel desse tipo em cidade grande, porém, prefiro me apertar um pouco mais para morar num lugar que eu goste do que pagar à vista uma porcaria que vai me gerar transtorno. Imóvel envolve sentimento também, não só a racionalidade do que sai mais viável ou não financeiramente.


sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Evolução patrimonial em 2020

    Vamos aos registros dos números do ano de 2020, o qual foi um ano desafiador, mas também com oportunidades no mercado.

Sou um pequeno investidor em busca de uma situação mais segura e confortável dentro do que é possível no Brasil. Os dados demonstrados NÃO são recomendações de investimentos.


    Sem mais delongas, os números foram os seguintes: iniciei o ano com patrimônio financeiro na casa dos R$ 50 mil reais. Por meio de aportes mensais e mais alguma rentabilidade nos investimentos, o ano termina com patrimônio financeiro no patamar de R$ 130 mil reais:



    Crescimento por meio dos aportes e da rentabilidade ao longo do ano:


    Realidade dos aportes: funça do médio escalão com rendimentos mensais razoáveis em comparação à realidade do brasileiro médio. A meta é aporte constante ao menos de R$ 5 mil reais mensais.

    A alocação dos ativos é demonstrada a seguir e explicada abaixo:


    O grande percentual numa conta poupança é temporário e se refere aos aportes de final de ano não enviados para investimentos em renda fixa ou renda variável. O valor mantido em poupança é uma reserva financeira excepcional para garantir segurança de despesas relativas ao nascimento do meu filho. 

    O normal é manter um caixa de R$ 3 mil reais na poupança para despesas eventuais não previstas, como franquia de seguros, empréstimos a parentes, etc. Como é provável que não seja utilizada a reserva mantida na poupança, no início de 2021 será alocada em outros ativos financeiros.

    O grande percentual em títulos públicos, mais do que sinal de conservadorismo, se deve ao projeto de aquisição de imóvel próprio. A ideia é chegar a um bom saldo em títulos públicos e estudar as oportunidades do mercado, podendo dar uma entrada para financiamento imobiliário ou aportar por prazo mais longo para adquirir imóvel à vista.

    Os investimentos em renda variável objetivam formar um patrimônio que me dê tranquilidade a longo prazo (20 anos ou mais). O plano é ter um portfólio de ativos que me paguem bons dividendos quando eu me aposentar, de forma que eu não fique dependente dos regimes previdenciários.

    O detalhamento dos investimentos em renda variável segue abaixo:



    Rentabilidade das ações em 2020:



    Detalhamento das ações e rentabilidade histórica (mais acertos que erros ao longo de 1 ano e meio de investimento na bolsa, com muito o que melhorar ainda):



    Detalhamento dos setores e rentabilidade dos fundos de investimentos imobiliários:





Comentários e metas para 2021:

    Eu considero que tenho um patrimônio menor do que eu deveria, por alguns fatores: sempre tive rendimentos baixos, os quais só aumentaram há cerca de 2 anos, depois que virei funça, e fui muito incompetente na gestão dos meu recursos. Por falta de educação financeira, não aportava e gastava mal o pouco que eu tinha. Felizmente, por meio da educação financeira posso mudar essa realidade agora.

    Os planos para 2021 são aportes mensais constantes e priorização de alocação nos títulos públicos para aquisição de imóvel. Considero importante ter imóvel próprio e a principal meta é essa. Quando finalmente conseguir, quiçá ano que vem ou até 2025, dependendo das vantagens e desvantagens de um financiamento imobiliário e das condições do mercado, priorizarei o fundo de aposentadoria (ações e FII's).

    Não descarto investimentos no exterior ou em bitcoins futuramente, sendo que é algo que foge um pouco das minhas metas principais de curto prazo.

    Os dados demonstrados NÃO são recomendações de investimentos e o autor não se responsabiliza por decisões tomadas com base nas informações mencionadas.

domingo, 13 de dezembro de 2020

No futuro, como será o pouco de liberdade que nos resta?

Muito tempo sem postar. Admiro quem consegue seguir uma rotina de postagens frequente, pois não é fácil ter ânimo para postar semanalmente ou mensalmente.


O tema que me inspirou a escrever esta postagem é o pouco de liberdade que ainda nos resta (ao menos quem não pertence a uma casta de privilegiados e imunes, como políticos, jornalistas e ativistas de esquerda). Nossa suposta liberdade de expressão e de atuação é como se fossemos animais presos dentro de um cercadinho. Corremos de um lado para outro mas não podemos sair do espaço que quem controla nos permite. E o cercadinho está cada vez menor.

Destaco os acontecimentos com o empreendedor dono da Havan, Luciano Hang, e com o humorista Danilo Gentili como símbolos das crescentes restrições à pouca liberdade que ainda existe, ou que imaginamos que exista.

O empreendedor dono da Havan, recentemente, se envolveu em protestos na cidade de Pelotas - RS. A cidade é a única ou uma das únicas que decretou fechamento total do comércio, justamente nesta época de Natal, na qual há maior movimento nas lojas, já que boa parte do pessoal recebe décimo terceiro. 

Realmente é difícil identificar racionalidade na opção do gestor. Fatos como a liberação de aglomerações para carreatas e comícios, liberação da movimentação para votação nos dias de eleições (sem medição de temperatura, conforme estava recomendado pelas autoridades) e fechamento total da cidade uma semana depois da reeleição da prefeita ajudam a evidenciar que tudo não passa de palhaçada para amordaçar a população.

Independente de concordar ou não com as medidas decididas pela prefeita do PSDB, o fato é que o dono da Havan organizou protestos na cidade, em frente à Prefeitura. Apesar da aglomeração, a polícia e guarda municipal não coibiram o protesto pacífico. A coerção por meio do "poder estatal" aconteceu quando o dono da Havan se dirigiu ao aeroporto da cidade para ir embora. 

Quando chegou ao aeroporto, lá haviam cerca de dez agentes públicos, incluindo representante da secretaria de segurança pública, policiais e guardas municipais. No local, o empreendedor teve que assinar um monte de formulários, sob a justificativa de multas e processos administrativos por desobediência às medidas sanitárias. Talvez muitos dos policiais que ali estavam fizeram a intimidação a contragosto. Recebem ordens e sobra para eles caso não acatem. 

Após todo o show de como o estado é "poderoso" e como se faz "respeitar", o empreendedor foi liberado para ir embora. Destaca-se que há filmagens do ocorrido nas redes sociais do Luciano Hang. Nota-se que apesar do grande número de agentes que abordaram o empreendedor e sua equipe, o diálogo foi educado por ambas as partes. Mas o Luciano Hang é bilionário, influente e amigo do presidente. Será que com um cidadão não tão representativo a cordialidade seria a mesma? Ouso dizer que o cacetete seria bastante utilizado contra qualquer cidadão comum que dissesse um "a" para questionar a "violência legítima do estado" ( com e minúsculo mesmo).

Pois bem, não satisfeitos em multar o empresário, os burocratas locais agiram para movimentar o poder público para fechar a loja da Havan da cidade. A loja havia conseguido autorização judicial para funcionar no fim de semana. Demonstrando incrível eficiência, o judiciário foi acionado e emitiu liminar durante a madrugada do dia após os protestos e autorizou que a loja fosse lacrada, bloqueada, fechada. Não bastasse isso, na manhã seguinte, a guarda municipal enviou equipes até o estacionamento da loja Havan da cidade e passou a abordar quem passasse na frente da loja. Foram movimentadas diversas instâncias do poder público para intimidar e atingir o empreendedor, sobrando até para o cidadão comum que passasse frente à loja. Tudo isso para quê? Para fazer respeitar as medidas sanitárias e trazer o bem geral social? Não acredito nessa historinha. É muito mais factível que as ações foram para mostrar quem manda e como as coisas funcionam no país.

 A história do Danilo Gentili envolve o caso com a deputada petista Maria do Rosário. Esses partidos de esquerda possuem uma imensa equipe de advogados e utilizam processos administrativos e judiciais para intimidar os adversários. No caso do apresentador, ele recebeu uma censura da câmara dos deputados, a rasgou e a passou no saco, com exibição na tv aberta. O time de advogados da petista moveu processo judicial e o apresentador foi condenado à prisão em primeira instância, estando o processo em análise de recurso na segunda instância. O poder público irá realmente prender o apresentador? É algo muito parecido com o conceito de crimideia do livro 1984. A mensagem que fica é: não pode desrespeitar e mexer com o estado e com sua casta superior, caso contrário é pau e cadeia. Dá pra destacar a incoerência da situação: a deputada é imune para falar o que quiser, defendendo o estuprador Champinha, defendendo o agressor de mulheres amigo do partido (Zé de Abreu) e o que mais quiser. Já o apresentador e qualquer cidadão (desde que não seja da turma do bem) recebe processo, censura e cadeia. É a conhecida situação de não importar o que se diz, mas sim quem diz.

Ainda, tem o caso do inquérito das "Fake News" do STF, que agiu para intimidar supostos infratores, enviando policiais federais arrombarem a casa de quem ousou desrespeitar os excelentíssimos ministros.

Essa é a realidade do nosso país. Uma casta de burocratas poderosos e protegidos, que utilizam a máquina pública paga com o trabalho de todo mundo para se protegerem e para domar quem ousa enfrenta-los. E nós cidadãos, que pagamos impostos taxas e cumprimos centenas de outras burocracias, concordamos com tudo isso?

Quando irá mudar essa realidade? Penso que num futuro muito distante. Muitos não acordaram para essa realidade, já que os "intelectuais", a mídia, os funcionários públicos, e quem quer que seja não debatem sobre esse problema. Muitos ainda gostam e utilizam essa realidade para benefício próprio. Quem ousa debater o assunto é taxado de negacionista, conspirador, "reacionário". O futuro nos dirá se a sociedade irá evoluir. E o aspecto é realmente a evolução gradual e lenta. Revolta e ataques diretos ou uma "revolução" não são acontecimentos factíveis.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Armadilha para turistas

 Armadilha para turistas

        Estava visitando a cidade de Florianópolis e tive a oportunidade de observar um golpe que me deixou abismado pelo nível de sofisticação do esquema e como devemos estar sempre atentos, ainda mais no Brasil, terra dos espertinhos. O esquema é relativo à venda de cotas imobiliárias. Fiquei tão intrigado com a situação que pesquisei um pouco mais sobre o tema e sobre pessoas que acabaram tendo prejuízo com o golpe.

     Pude observar que o esquema é montado nas cidades turísticas brasileiras. Há reclamações de pessoas que visitaram cidades como Caldas Novas - GO, Olímpia - SP, Barretos - SP, Porto Seguro - BA e Penha - SC.


        Primeiramente, vejamos o relato de uma pessoa que foi vítima do esquema (fonte: https://www.proteste.org.br/reclame/lista-de-reclamacoes-publicas/reclamacoes-publicas?referenceid=CPTBR00631882-24):

        "Boa noite.
        Com base no exposto abaixo, eu Rubens dos Santos Alves Filho e minha esposa Edimara, vimos por meio deste exercer nosso Direito de Arrependimento de Compra, dentro do prazo legal de sete dias, conforme previsto no Art. 49 do Código de Defesa do Consumidor e solicitar o cancelamento do contrato de compra firmado entre nós e o grupo WAM Brasil, em 23/03/2019, referente a compra da uma Fração/Cota: 23 do Apartamento: 302, do empreendimento Solar Pedra da Ilha, localizado na Rua Goiás, Praia da Armação do Itapocoroy, 669, Penha-SC, com o estorno integral de todos os valores pagos e contratados.
        Descritivo da Ocorrência:
        No dia 23/03/19, eu e minha esposa estávamos de passagem pelo balneário Penha-SC quando fomos abordados na rua para que pudéssemos conhecer o empreendimento Solar Pedra da Ilha, o qual se tratava de um hotel em construção no local, de modo a poder conhecer a rede de hotéis da empresa e ganhar um brinde.
        Após sermos conduzidos até o local, nos deparamos com um showroom de vendas completo com maquetes, apartamento decorado e alguns vendedores e atendentes. Fomos recepcionados por outro funcionário da Wam Brasil, que nós fez uma apresentação geral do empreendimento, perguntas socioeconômicas e onde sentamos e iniciou a apresentação do empreendimento, abordando as características do empreendimento, belezas naturais da região, pontos turísticos, como funcionava o sistema de cotas imobiliárias, suas vantagens, etc. Após nos conduziu até um apartamento decorado demonstrativo do empreendimento. 
        Só ai já havia passado quase uma hora de apresentação, então o vendedor chamou mais outra pessoa, agora uma “gerente comercial” para dar sequência da apresentação. A gerente se apresentou e repetiu mais uma vez uma série de perguntas de caráter socioeconômico e enumerou as diversas vantagens e possibilidades do novo empreendimento. Logo após sacou a sua calculadora financeira e disparou uma rajada de projeções de ganhos de capital, valorização do bem, projeção de rentabilidade, comparativos com outros investimentos, curva de retorno do investimento, descontos, parcelamentos, etc.         Após encher umas três páginas de cálculos e gráficos nos perguntou o que faltava para que pudéssemos fechar negócio e adquirir uma ou mais cotas do empreendimento. Respondemos que achávamos a proposta interessante, mas como estávamos apenas de passeio e não tínhamos saído com a intenção de fazer qualquer negócio desta natureza e, portanto não saberíamos avaliar com clareza se todas as informações que eles nos haviam prestado eram verídicas e consistentes e que antes de fazer fechar qualquer negócio gostaria de fazer uma pesquisa e traçar as nossas próprias projeções e estimativas e que num segundo momento, caso nós concluíssemos que o negócio atendesse as nossas expectativas, poderíamos voltar a conversar e negociar. E que precisaríamos no mínimo de uma semana para analisar todos os pontos.
        Como um ar de ironia e superioridade, a gerente respondeu que já havia feito este trabalho por nós e começou a traçar mais uma série de comparativos e projeções. Novamente nós agradecemos e respondemos que a nossa decisão de fazer um investimento não poderia ser baseada somente nos dados que o vendedor nos apresentava e que nós gostaríamos de chegar as nossas próprias conclusões com conta própria. Imediatamente ela me respondeu que aquela proposta era valida exclusivamente naquele momento e naquele showroom e que caso nós deixássemos o local e tivéssemos interesse futuro de fazer negócio, a negociação deveria ser feita por intermédio de imobiliária, com valores bem maiores e pagando todas as taxas de corretagem da imobiliária.
        Agradecemos novamente e dissemos que naquele momento, pelos motivos que nós já havíamos explicado, nós não poderíamos fechar nenhum negócio.
Então a gerente comercial pediu licença e saiu da mesa. O vendedor nos pediu alguns minutos para a impressão do voucher do brinde escolhido.
Enquanto aguardávamos, eram anunciados os “Novos Felizes compradores de cotas no Solar Pedra da Ilha”. 

        Na sequência a gerente retornou a nossa mesa com uma nova proposta e recomeçou as sua investida em nos vender cotas do empreendimento. Nós agradecemos e repetimos sucessivas vezes as nossas negativas e motivos para não fechar o negocio naquele momento, mas a gerente sempre saia da mesa e retornava com um proposta mais “atrativa” e reiniciava as suas investida para venda, e enquanto isso eram anunciados os “Novos Felizes compradores de cotas no Solar Pedra da Ilha”.
        Já haviam se passado praticamente três horas de muita insistência e tentativas de nos persuadir a adquirir cotas empreendimento, sem que o voucher do brinde fosse trazido e cansado de tudo aquilo nos levantamos para ir embora, então a gerente veio novamente com uma nova proposta, mais “atrativa” que as anteriores e reiterando que tal proposta era válida somente naquele momento e não haveria a possibilidade de fecharmos o negócio em um momento futuro.
        Já cansados mentalmente daquilo tudo, sem a possibilidade de analisar calmamente todos aqueles dados e projeções e sob a pena de perder todos os benefícios que estavam sendo ofertados naquele momento, aceitamos adquirir uma cota do empreendimento.
No aguardo.
        A compra foi referente a uma fração da cota Nº: 23, do apartamento 302, do empreendimento “Solar Pedra da Ilha”. O pagamento foi realizado em 7x iguais de R$ 570,00 no cartão de crédito + 72 x R$479,86 + 4x 50,00. Após fechar o negócio tivemos de assinar uma pilha de documentos previamente preenchidos, sem que tivéssemos tempo hábil de ler tudo o que constava neles.
        Após retornarmos de nosso passeio por Santa Catarina, realizamos uma vasta consulta referente ao empreendimento contratado, aos valores médios de diárias na região, as taxas de ocupação da rede hoteleira da região, aos custos de manutenção do empreendimento, as vantagens e descontos da Clube CIA, sobre outros empreendimentos semelhantes em construção nas proximidades, projeções de valorização, etc, e constatamos que a maioria do que me foi mostrado é baseado somente em suposições extremamente otimistas e fantasiosas e que em sua maioria não eram consististes e fundamentadas. Realizando uma busca nos sites de reclamação da internet encontramos diversas reclamações de casos semelhantes ao nosso pedindo o cancelamento do contrato.
        Após realizar a pesquisa, nos sentimos profundamente chateados e enganados, vitimas de um esquema inescrupuloso que visa coagir e persuadir pessoas sem interesse de investir no empreendimento a comprarem cotas sem que possam ao menos fazer uma prévia avaliação das vantagens e desvantagens do mesmo. Isso configura claramente uma conduta de enganação e ludibriação por parte do grupo WAM BRASIL.
        Com base no exposto acima, vimos por meio deste exercer nosso Direito de Arrependimento de Compra, dentro do prazo legal de sete dias, conforme previsto no Art. 49 do Código de Defesa do Consumidor e solicitar o cancelamento do contrato de compra firmado entre eu e minha esposa e o grupo WAM Brasil, em 23/03/2019, referente a compra da uma Fração/Cota: 23 do Apartamento: 302, do empreendimento Solar Pedra da Ilha, com o estorno integral de todos os valores pagos e contratados."


O esquema


         Tudo começou quando fui visitar a Praia Brava, em Florianópolis. No caminho para se chegar à praia há um mirante. Era um horário próximo ao almoço e paramos nesse mirante (detalhe importante). Outro detalhe importante a ser observado é que havia uns 5 ou 6 carros estacionados no mirante, porém não havia turista algum no local. É muito provável que esses carros sejam deixados parados no local para servir de isca. Eu só parei nesse lugar porque vi os carros estacionados. Daí já se observa que os caras pensam em todos os detalhes. Pois bem, ao parar no mirante, apareceu um rapaz oferecendo uma visita guiada a um empreendimento hoteleiro da Praia Brava. A justificativa dada é que a visita seria rápida, coisa de 30 minutos, e que o intuito era a divulgação do empreendimento por meio do boca a boca, além do oferecimento de um voucher com três diárias com excelente desconto caso fosse efetuada a visita naquele momento. Eu já tinha ciência de que não existe almoço grátis e que aquilo era um esquema, mas aceitei o convite para ver qual era a real da situação.

        Ao chegar no empreendimento hoteleiro, o rapaz mostra rapidamente a estrutura de piscinas, de restaurante, da sauna, das salas de reuniões e do saguão do hotel, após, um funcionário do hotel pergunta nome, CPF, profissão e renda mensal para preenchimento do voucher com o desconto. Daí já não resta dúvida alguma que é uma tentativa para ludibriar desavisados.

        Depois, a estratégia do esquema é uma leve enrolação, talvez para criar expectativa na possível vítima ou para fazer com que se sinta mais pressionada pelo tempo perdido. O funcionário do hotel diz que o consultor está atendendo outra pessoa e que em cerca de 15 minutos pode ser liberado para me atender. Como disse que não esperaria, na hora disseram que por sorte o consultor estava livre e viria imediatamente.

        Nisso vem um consultor: teatralmente simpático, camisa estilosa, todo divertido e cheio de querer ser engraçadinho. O consultor utiliza diversas técnicas de engenharia social para fazer um diagnóstico da possível vítima. Pergunta sobre gostos pessoais, profissão, origem, desejos e preferências diversas. No meu caso, o diagnóstico do cara foi um perfil família, então ele bateu na tecla da família por diversas vezes ao contar sobre como conheceu a esposa, sobre o filho etc.

        O consultor me levou até uma unidade de apartamento do empreendimento hoteleiro e passou a explicar sobre o conceito de multipropriedade, que é a aquisição de cotas de um quarto de hotel para que o adquirente faça o uso. Em um primeiro momento, não explica de modo profundo como funciona o sistema de cotas, mas prioriza mostrar o apartamento. O consultor mostra como é funcional e bem aproveitado o espaço do apartamento, como é bom o acabamento e os materiais escolhidos, como são bons os móveis e os eletrodomésticos, tudo pra agradar a possível vítima.

        Nesse vai e vem, já passou uma hora até que o cara terminou de apresentar o apartamento. A partir disso, o consultor apresenta a suposta história da família que criou o empreendimento hoteleiro e a história da Praia Brava, dizendo mil maravilhas sobre o local, como a limpeza da praia, a segurança e tranquilidade, a proibição de novos empreendimentos (que não sei se é verdade ou não), que o Guga e a Adriana Calcanhoto possuem apartamentos no bairro e qualquer outra suposta vantagem da região.

        Posto isso, após mais de uma hora, chega o momento de entrar na sala de negociação: pude observar a presença de oito adultos e, pasmem, uma criança com cerca de cinco anos. O circo é todo montado para que a possível vítima acredite que há mais pessoas negociando no local, porém, do relato de vítimas, verifiquei que é uma estratégia usual utilizar os atores para ludibriar os desavisados.

        Numa mesa mais afastada do canto, havia dois homens de meia idade vestidos com trajes sociais. Numa mesa mais ao centro, havia uma suposta vendedora e um casal de meia idade. Numa mesa mais próxima, havia outra suposta vendedora e um casal jovem acompanhado da criança. Todas essas pessoas conversavam sem parar, simulando a negociação e dúvidas sobre o sistema, conforme as conversas que consegui captar.

        A estratégia do consultor é prender a possível vítima com o discurso bonito das vantagens da aquisição das cotas e bombardear informações, vencendo a pessoa pelo cansaço mental. Como o brasileiro médio é completamente ignorante, é possível que não entenda muita coisa do que o consultor diz. 

        Após 1h30 de enrolação, finalmente veio a proposta: aquisição de 1/13 de um apartamento de cerca de 32m² do empreendimento hoteleiro, com um rodízio de utilização de 28 dias anuais, divididos em quatro semanas, sob regime de utilização via sorteio, sendo uma semana na altíssima temporada, 1 semana na alta temporada e duas semanas na média temporada (existe isso?).

        A incrível proposta era no valor de R$ 132.900,00 à vista, ou com opções parceladas. O consultor mostrou que era muito fácil adquirir uma cota. Era possível pagar um sinal de R$ 7.200,00 parcelado em até 10x, o saldo restante poderia ser financiado em 8 anos. A parcela inicial seria baixinha, com o pequeno detalhe de que o contrato previa correção de IGPM + 0,5%. Segundo o consultor, o IGPM vem sendo negativo nos últimos tempos.

        Após sanada minha curiosidade sobre o que era realmente a oferta, dei sinais de que estava satisfeito com a explicação e queria ir embora, pois estava com fome e já tinha passado o horário bom para almoçar. Nisso pude ver mais algumas técnicas elaboradas para ludibriar os desinformados. O Consultor se levantou para conversar com o "gerente". Após voltar, a vendedora da mesa central se levantou e, em voz alta, anunciou que o casal de meia idade era o mais novo proprietário de uma cota de apartamento, pediu palmas para os felizardos e abriu um espumante.

        Nisso, o consultor gritou em voz alta e de maneira teatral: "Esse ama a esposa".
Feito isso, disse mais algumas vantagens e maravilhas do empreendimento e reiterou como era fácil pagar a cota e como seria benéfica a aquisição. Detalhe, não haveria a oportunidade de estudar e calcular detalhadamente a aquisição. Era uma oferta somente para o momento, sob a justificativa de ser "injusto" para com os demais eu adquirir posteriormente tão benévola oferta.

         Como caguei para os novos argumentos, foi a vez da mesa do casal jovem se manifestar: a vendedora se levantou e em voz alta parabenizou os novos proprietários de uma cota de apartamento. Mais uma vez, o consultor que me atendi gritou em tom teatral: "esse ama a esposa".
Já cansado de tanta maracutaia e até assustado com a situação, fiquei mais uns 10 minutos ouvindo o consultor insistente e consegui me desvencilhar. No fim, o cara percebeu que eu não iria cair. Levantei e fui embora.

        A lição de tudo isso é que eu devo ter cara de bobo para tanta insistência por parte dessa turma toda, além de que perdi quase 2h do meu passeio. Porém, é bom para ficar esperto. Tem malandro em todo o canto e tem gente que cai nessa. Para quem tem a mente fraca, perde pelo cansaço e sai no prejuízo. As técnicas de persuasão são sofisticadas e tentam atacar o emocional da pessoa, seja pela pressão, fome, estresse, constrangimento.

        Aparentemente, o sistema de cotas imobiliárias não é ilegal, embora seja claramente desvantajoso para as pessoas que adquirem, a maioria classe média baixa. É um meio pelo qual esses empreendimentos imobiliários e hoteleiros utilizam para levantar fundos. Como as vítimas que adquirem são na maioria pessoas leigas, quem ganha é sempre quem vende esse negócio. Fiquem espertos quando foram visitar as cidades turísticas brasileiras por aí. Não existe almoço grátis (no fim até ganhei o voucher prometido, mas joguei fora, claro).






domingo, 2 de agosto de 2020

Democracia

Democracia: conceito deturpado?


           O momento atual tem sido útil para refletir sobre os problemas que o Estado cria para a população sem que exista a responsabilização pela escolha inconsequente dos burocratas.

         O livro Além da Democracia, de Frank Karsten e Karel Beckman, elucida alguns mitos e fatos sobre o conceito de democracia. É um livro provocativo e de fácil leitura, no qual os autores enfrentam o último tabu político: a ideia de que a nossa salvação está na democracia. 

            Deixo o prefácio do livro para estimular quem se inquiete com o tema e o link para o download do e-book ao final. Façam bom proveito.


Prefácio 


          "Pode parecer pouco razoável ou mesmo uma loucura criticar a democracia tão  fortemente como  fazemos neste  livro. Após a  queda do comunismo, a democracia foi considerada a alternativa certa. Os oprimidos deste mundo estão ansiosos por mais liberdade e democracia, logo, como alguém pode ter a ousadia de falar mal dela? Apesar de criticarmos firmemente a democracia, há poucas razões para você se sentir  ofendido  ou  alarmado.  

              Não  é  nossa  intenção  privar  as  pessoas  da democracia, as pessoas devem ser livres para viver sob o sistema político que quiserem.  Também não afirmamos que a democracia é melhor ou pior do que a ditadura ou que os problemas que descrevemos no livro são consequências exclusivas do sistema democrático. No entanto, nós descrevemos os problemas inerentes à democracia parlamentar e explicamos porque é que os princípios e as dinâmicas deste sistema político altamente elogiado não levam aos resultados desejados. 

           Hoje em dia podemos olhar para as crises que surgiram em muitos países democráticos, nomeadamente nos Estados Unidos, na Grécia e na Espanha. Estes problemas não são atribuídos ao próprio sistema democrático, mas sim ao mercado livre, à ausência de democracia, aos banqueiros gananciosos ou aos políticos traiçoeiros.  

       Tal como a maioria das pessoas, eu também tinha fé na democracia parlamentar. Isso foi há quinze anos. Na verdade, eu sabia muito pouco sobre a democracia, mas mesmo assim tinha fortes crenças nela. Como a maioria de nós, foi-me dito - por intermédio do sistema de ensino, dos meios de comunicação e dos nossos políticos – que a democracia era algo que deve ser valorizado e cultivado e que não havia alternativa razoável. No entanto, depois de estudá-la e contemplá-la, eu cheguei a uma conclusão muito diferente. 

                Muitas pessoas ainda acreditam que democracia é o mesmo que liberdade. E muitos indivíduos amantes da liberdade ainda acreditam que o caminho adequado para mais liberdade é através do processo democrático. Muitos críticos da democracia estão convencidos de que ela precisa de conserto, mas não encontram nenhum problema nos  seus próprios princípios fundamentais. 

              O nosso livro refuta essas noções. A democracia é o oposto da liberdade – quase inerente ao processo democrático é que ele tende para menos liberdade, em vez de para mais – e a democracia não tem conserto. A democracia é um sistema coletivista  que está  intrinsecamente  quebrado,  tal como o socialismo. Estas idéias contraditórias são bastante originais, mesmo na escala mundial. 

             Hans-Hermann Hoppe escreveu um livro acadêmico, o qual entitulou de  Democracia: O Deus Que Falhou  e alguns artigos sobre o assunto mas, tanto quanto sabemos, não existia um livro que fosse  conciso,  estruturado  e  fácil  de ler,  que  mostrasse  as  fraquezas  inerentes  e  a  dinâmica  da  democracia,  a  partir  de  uma  perspectiva  libertária e de paixão pela liberdade. 

           O nosso livro é para o indivíduo mediano. Ele não poderia ter vindo em melhor hora, já que muitas democracias debatem-se com problemas sociais e econômicos e as pessoas estão procurando explicações e soluções. Possivelmente, você está decepcionado com os seus políticos e tem esperança que outros melhores virão. 

                 Este livro explica porque é que você não deve culpá-los, mas sim o próprio  sistema  democrático.  Em  vez  de levar os  seus  políticos  a  sério, é melhor zombar deles. Isso prejudicará a sua legitimidade e o seu poder.  Veja  você,  o  sistema  democrático  gera,  automaticamente,  políticos que prometem mais do que podem cumprir porque os políticos que prometem mais são os que serão eleitos. Então, porquê culpá-los? E, já que  os  políticos  democráticos  sabem  que  só  vão  estar  no  poder  apenas temporariamente, eles vão gastar demais, cobrar impostos demais e endividar demais, sabendo que serão os seus sucessores (ou melhor, as gerações futuras) que terão que pagar a conta. E, além disso, eles gastam dinheiro que não lhes pertence. Então, porquê esperar o contrário?  Você se comportaria melhor se fosse membro do Congresso? Eu duvido. 

              Há dez anos, eu estava decepcionado com a política e me sentia frustrado com isso. Eu pensei que seria preciso me tornar politicamente ativo para mudar as coisas para melhor. Agora percebo que o melhor que posso fazer é expor as falhas no sistema democrático, tirar sarro dos políticos e não esperar nada de bom deles. O famoso escritor George  Orwell  disse  uma  vez, “Toda  piada  é  uma  pequena  revolução”. 

           O  humor  é  considerado,  em  parte,  responsável  pela  queda  do  comunismo soviético. Ele expõe os absurdos políticos e rebaixa o status dos políticos.  Então,  dê  umas  boas  risadas  dos  políticos;  isto  é  muito  melhor para a sua saúde do que ficar frustrado. Eles são os reis que estão nus:  as  suas  promessas  são falsas  e  suas  soluções  não  funcionam. As soluções que os seus políticos democráticos constantemente sugerem consistem em dar-lhes mais dinheiro e poder, não importa quantas vezes eles já falharam no passado. As percepções que eu ganhei por escrever  sobre a  democracia,  tem me  dado mais  paz de  espírito.  A política e os políticos não me frustram mais. Eu partilho essas idéias neste livro, na esperança de que elas possam ter o mesmo efeito em você."


Frank Karsten

Link para download  do e-book: https://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=145


domingo, 17 de maio de 2020

Aquisição consciente de carro

Necessidade de comprar um carro


A ideia da postagem surgiu depois da leitura do post do Pinguim Investidor, como comprar um carro de maneira inteligente.

Antes de tudo, a análise da necessidade da compra de um carro deve levar em consideração o nível de renda da pessoa, as condições da cidade ou do local onde reside e o uso que será demandado desse carro.

A realidade de um jovem solteiro que precisa se deslocar ao trabalho ou faculdade é diferente da de um pai de família que precisa deixar crianças na escola e esposa no trabalho. A realidade de uma cidade do interior é diferente de uma cidade grande, que, além do transporte público, tem grande oferta de viagens por aplicativos, porém tem também o fator trânsito nos horários de pico.

Morar perto ou longe do trabalho, da escola, do mercado, da farmácia, do hospital, da academia, além das condições de saúde da pessoa ou da família também são fatores abordáveis para avaliar a necessidade de compra de um carro.

Cidades maiores dispõem de aplicativos de viagem (Uber, 99, Cabify etc) e há também a opção de alugar um veículo. Porém, a opção por aplicativo, aluguel ou carro próprio vai depender muito do contexto de vida de cada um, dos gostos pessoais e de quanto a pessoa pode disponibilizar para os custos com transporte.

Aplicativos geram a dependência da atuação de terceiros, assim, podem ocorrer atrasos ou transtornos que não seriam causados caso se utilizasse um carro próprio. Aluguel de veículos eu desconheço se é vantajoso financeiramente.

Há também as pessoas que gostam de carros, os entusiastas, que trabalham e gostam de se proporcionar um pequeno luxo por meio de seus veículos.

Também coloco o fator experiência ao volante. Na minha opinião, homem tem que saber dirigir e dirigir bem. O cara que não dirige acaba por perder as habilidades, e fica feio ver marmanjo que não sabe fazer baliza ou que deixa o carro morrer em qualquer subida.


Cabaço no volante

O tempo de utilização do carro adquirido também deve ser estimado. Uma utilização por pelo menos 4 ou 5 anos é um parâmetro razoável, pois muitas marcas oferecem um período de garantia de até 5 anos, e são diminuídos os custos com depreciação, que é mais acelerada no início da vida útil do veículo. Quem troca de carro a cada 2 anos acaba sofrendo muito mais com desvalorização.

Entretanto, considerando que um carro é um passivo, a compra consciente do veículo deve levar em conta os gastos necessários para a aquisição e para a manutenção em contraposição aos benefícios proporcionados.

Comprar Carro 0 Km ou carro usado?


A escolha pelo modelo do carro depende de quanto dinheiro a pessoa tem e de quão urgente é a compra. Do ponto de vista financeiro, a compra à vista é sempre a melhor escolha, porém nem sempre a pessoa tem dinheiro suficiente ou a paciência de esperar meses para acumular o montante.

No caso da compra do carro 0 km, o pagamento à vista nem sempre é o mais vantajoso. Os vendedores ou concessionárias não têm vantagem em vender um carro à vista e nem sempre darão algum desconto, pois eles preferem vender financiamentos.

Apesar de uma dívida não ser o ideal, podem existir condições interessantes: já vi opção de venda de carro 0 km com uma entrada expressiva (60% ou algo aproximado) e parcelamento do restante em 12x a 48x, com juros de aproximadamente 0,6% ao mês.

No caso dos carros usados, há alguns riscos envolvidos: carros batidos ou de leilão maquiados sendo vendidos pelo valor de um carro impecável; carros com problemas mecânicos crônicos; carros com manutenção ruim dos antigos proprietários; restos de rico com manutenção e peças caras.

Melhor andar a pé do que comprar uma carroça cheia de problemas

A escolha por um carro usado demanda maior conhecimento e experiência para que seja efetuada uma boa aquisição. O ideal é que o comprador entenda alguma coisa sobre mecânica ou sobre o veículo que pretende adquirir ou que tenha um bom e confiável mecânico, pois a manutenção pode pesar no bolso.

A compra na garagem tende a ter uma negociação difícil, pois os donos da garagem dificilmente irão vender um carro bom pelo preço muito abaixo da FIPE, a margem de negociação é menor. A compra de particulares pode ser mais interessante, pois é possível identificar o uso e a manutenção do veículo e é possível obter melhor margem de negociação, ressalvados riscos de golpes financeiros ou até de assaltos.

Conhecimento sobre o mercado para filtrar os modelos


Para o uso racional dos recursos com transporte, caso haja realmente a necessidade de comprar um carro, é necessário escolher o modelo com inteligência.

Penso que, caso se prefira comprar um carro novo, a escolha por um Hatch compacto popular é a mais adequada, pois são mais baratos, têm peças mais baratas, consumo mais barato, seguro mais barato e são mais fáceis de revender. Comprar o SUV da moda ou o Hatch/Sedã médio, caso não seja um entusiasta de algum modelo específico, servirá só para impressionar o vizinho/parente ou para inflar o ego, e custará bem mais caro.

Penso que é importante escolher um carro que seja fácil de manter e fácil de vender depois. Isso envolve até a escolha da versão e da cor do veículo. Escolher a versão mais barata pode dificultar um bom preço de revenda posteriormente, assim, talvez seja melhor pegar uma versão intermediária, melhor equipada, porém sem exageros e sem opcionais desnecessários.

Vindo com um kit dignidade e retrovisores pintados já está de bom tamanho. Nada de escolher cor amarela, laranja ou verde. Um carro discreto de cor branca, cinza ou prata vai ser fácil de revender. É bom evitar o preto e o vermelho, pois são difíceis de manter e deixam riscos, manchas e sujeiras mais aparentes, além do preto esquentar muito.

Escolher uma marca bem conceituada e consolidada no mercado também é a melhor escolha. Carros franceses/chineses têm histórico de desvalorização alta, carros japoneses tendem a desvalorizar menos, porém custam mais caro. Dentro da realidade do mercado, o jeito é não fugir muito do tradicional: Chevrolet, VW, Hyundai. Fiat e Ford não gosto muito e considero que têm produtos inferiores aos concorrentes, sem que o preço seja inferior, mas é impressão pessoal.

Estamos no Brasil. Não tem muito pra onde fugir.

Quanto aos carros usados, o leque de opções é muito maior, mas é bom ter cuidados na hora da compra. A quilometragem é um parâmetro importante. Perto dos 60 mil km é necessária uma manutenção maior e mais cara, então no preço de compra deve ser considerado o valor dessa manutenção para abater da FIPE.

Carros com quilometragem muito alta, acima dos 100 mil km, podem ser perigosos, pois com esse nível de utilização podem apresentar diversas peças desgastadas e comprometidas.

Numa perspectiva ideal de compra de carro usado, é interessante encontrar algo em torno de 40 mil km, máximo de 4 anos de uso e que seja de único dono ou no máximo de segundo dono.

A escolha por um câmbio manual ou automático também deve ser levada em consideração. É importante pesquisar sobre alguns modelos específicos para detectar possíveis problemas: Focus com câmbio automático powershift tem péssima reputação, Ford Fusion automático também já vi parado na oficina com câmbio travado, Fiat com câmbio duallogic também é mal falado, já vi câmbio automático de Golf quebrar e dar perda total da peça, enfim, é importante estudar sobre os modelos e versões antes de fechar negócio. Câmbio automático em carro usado envolve riscos maiores, já que se quebrar, o custo para consertar é quase igual ao valor do carro e pode não ficar bom.

Carro usado que seja difícil de revender é um problema também. Penso que é importante considerar o fator de revenda, pois a aquisição racional de um carro o vê como um objeto para satisfazer a necessidade de transporte, não como um item de satisfação pessoal, como a visão do entusiasta. Carros franceses e chineses tendem a ser mais difíceis de revender. Pessoalmente, não gosto dessas marcas, já que, apesar de os carros serem bonitos e com bom acabamento, demonstram uma certa fragilidade e custam caro para arrumar, o que explica a dificuldade de revenda.

Os chamados restos de rico, talvez não sejam a melhor opção para aquisição. Apesar de muito atraentes, pois são carros de luxo pelo preço de um populixo de plástico novo, podem dar muita dor de cabeça se a pessoa não for capaz de arrumar boa parte dos problemas possíveis do carro sozinha. As peças são mais caras e mais difíceis de encontrar. Restos de rico são uma opção para entusiastas, não para o trabalhador que usará um carro para o dia a dia.

Conclusão


Supondo que a pessoa tenha decidido pela necessidade de compra de um carro, penso que boas aquisições seriam as seguintes:
Se não tenho dinheiro suficiente para pagar um bom carro à vista e preciso de um carro, interessante consultar as opções das concessionárias para negociar um carro novo, lembrando que o ideal é não fazer dívida para comprar um passivo, então é melhor juntar mais dinheiro ou rever a real necessidade da compra.
Tenho dinheiro para comprar um populixo à vista e quero um carro novo: eu prefiro ir de marcas mais consolidadas e com veículos com boa aceitação no mercado: Hyundai HB20 ou Chevrolet Onix. Fiat Argo é um pouco mais caro e considero os concorrentes melhores, Ford Ká também não me agrada e Ford tem manutenção mais cara, Toyota Etios tem o preço muito alto, Nissan March não sei se a marca oferece bom suporte, Renault, Peugeot e Citroen têm alta desvalorização, Fiat Mobi e Renault Kwid não cogito, pois são muito básicos (mais básicos do que os populixos).
Tenho dinheiro para comprar um carro usado à vista: penso que seja interessante procurar anúncios de particulares, com cuidado para não cair em golpes, já que há opções de carros muito bons com preços interessantes: além dos populares HB20 e Onix, dá para encontrar Honda Civic, Toyota Corolla, Chevrolet Cobalt e Prisma, talvez até o Jeep Renegade, o ano e versão dependem do bolso do comprador.